...Então, se nada mudar, depois de um longo tempo de distância, se nada mudar depois de novamente nos tocarmos, eu saberei que sempre morei em ti, e que o teu coração me abrigou carinhosamente todo o tempo em que fiquei fora. Saberei que vamos ser para sempre, mesmo que de vez em quando um dos dois resolva simplesmente ir.
Bosque de Faias
Velhos bosques de faias, que nos envolvem ...assim como ecoam as palavras que te torturam em todo o mundo...o teu murmúrio, a tua sombra...as outras vozes...todas as outras palavras que te chegam...quer queiras quer não! para sempre as filtrarás, para sempre as filtrarei...
quinta-feira, 19 de julho de 2018
sexta-feira, 25 de maio de 2018
Apaixonada? Como foi possível?
(Texto adaptado, original by Clara Baccarin)
Que facilidade e vulnerabilidade a tua de ires abrindo assim o teu coração! Que fraqueza é essa quando me mostras os olhos vermelhos de choro e dizes que te envolveste?!
Minha querida, quantos anos tens,em que mundo vives? Em que tempo paraste? Que cena de coração mole é essa? Que alma entregue é essa? E que conceitos tão antigos?!
Não acreditas no amor livre?
Não acreditas no amor livre?
Como foi possível te apaixonares por mim?
A gente fodeu muitas vezes movidos pela tesão. Foi tudo tão intenso porque a vida é para aproveitar o momento. Eu só disse que te amo a olhar nos teus olhos porque eu gosto de exercer a minha liberdade de expressão.
E tu construíste um mundo em cima disso?
Ah, essas tuas expectativas, tens que olhar bem para elas e tratá-las. Não te fazem bem…
Ah, essas tuas expectativas, tens que olhar bem para elas e tratá-las. Não te fazem bem…
Não me leves a mal, és sim uma pessoa especial para mim, mas agora eu não tenho energia e nem tempo, (tenho que ir ali ver se a minha técnica funciona bem com outra gaja. Tenho que ir ali fazer uma massagem ao meu ego, tenho que ir fazer sucesso, ficar por cima, tenho que começar do zero…).
Desculpa, não tenho tempo para conversar sobre temas essenciais contigo. Tenho um mundo para conquistar. Tenho uma família para cuidar, tenho coisas importantes para fazer, tenho amigos á minha espera.
Não tenho tempo para te ouvir, mas podes vir ter comigo às vezes, a rua é pública! E o carinho continua. Somos amigos coloridos. Só não gosto da tua TPM, nem dos teus acessos de lamechice… Mas vais estar sempre no meu coração,nem que passem 2 anos, ou 3, como uma dessas histórias especiais que ficam na memória.
Não chores assim, vá lá! Eu não sabia que eras assim tão sensível, nunca foi a minha intenção te fazer sofrer. Se eu insisti tanto para ficar contigo foi porque o universo conspirou (e tu ficaste dando uma de difícil e fechada e viraste um desafio). Agora eu já tenho o que eu precisava, e no fundo pensei que fosses uma mulher mais forte, mais livre, moderna… Dona de ti!
E agora estás assim, na palma da minha mão? Como pode isso ser possível?
Desculpa-me, mas eu lavo minhas mãos. Não posso me responsabilizar por te ter conquistado.
A dor é tua.
Desculpa-me, mas eu lavo minhas mãos. Não posso me responsabilizar por te ter conquistado.
A dor é tua.
Fica bem!
Do teu querido Vampiro de Energia.
(Adaptado de Clara Baccarin)
quinta-feira, 24 de maio de 2018
Estás só?
A morte não me assusta nem distrai
os corpos inertes não quero carregar
As sombras do que fica e do que vai
Sei bem que os hei-de encontrar.
Quantas angustias isso te traz
Quantas súplicas perdes pelo caminho
Não aprendeste ainda do que és capaz
Sentes-te sufocado no teu ninho
Sentes-te sozinho e perdido...contido
Vagueias pelas brechas do destino
Ès um espírito livre dentro de um corpo tolhido
Corre agora, segue adiante e procura o outrora menino
Livre de amarras ou qualquer triste dom
Trazes no peito aquela canção
Escutas comigo o perfeito som
São os acordes do teu livre coração.
Padrão Imperfeito
![]() |
Foto:Renato lazzarini |
Esse nó na garganta, esse murro no estômago que teima em persistir, que teima em resistir de cada vez que vem aquela insatisfação, aquele vazio de alma profundo. As dores físicas são uma constante para quem tem vazios de alma, a alma está esburacada com incompreensões de gente real, de gente que vive com os pés na terra e que só pisa onde o cimento é bem seguro!
Não tenho regras, não tenho bioritmos, a minha alma estravaza o meu espírito vagueia para bem longe, e não aceita padrões, não aceita perfeições! Não vos admito que me obriguem a ver o certo e o correto, quem definiu que seria assim? quem te disse que tinhas que tomar conta de mim? caio, sim caio quantas vezes eu quiser e tropeço sempre, quero a angústia, quero o tumulto do peito a bater, do enjoou do incerto, quero a droga que entorpece e te enlouquece!!
Quero que a liberdade me atormente, quero a procura incessante do desconhecido, quero as consequências pujantes, quero sufocar com elas e aos poucos emergir á superfície, sem pecados, sem mácula....
Anseio pela paz e pela tranquilidade no meio da guerra, quero que os estilhaços sejam o meu lar, quero o sossego inquietante das vozes dos incrédulos, das vozes dos que cumprem o protocolo, quero segredar-lhes ao ouvido, sem malícia, sem arrogância, e no meio de todo aquele barulho, simplesmente dizer-lhes que o maior pecado contra a alma é o orgulho!
quarta-feira, 11 de abril de 2018
Só com química me movo
O óbvio, desta vez não vai embora, insiste em prevalecer, resiste á razão e ao racionalmente correto!
Desta vez, ele subsiste, intato e sempre presente, como uma mãe e um pai que está sempre lá, que não nos deixa cair em desgraça, que nos massacra de tanta preocupação!
e de repente, ele fala mais alto, ele ecoa por todo o universo e explode de verdade, de complexidade e de tortura constante.
O desapego material e palpável, é terrível, faz-nos ver o mundo, ver toda esta energia de uma forma desprendida com fome de emoções, de aventuras e paixões desenfreadas...sabes, as verdadeiras, as sentidas e exprimidas feitas de espontaneidade? Preciso delas, preciso delas para viver, para respirar, só assim tudo faz sentido, só assim o sentido se faz vida, a insatisfação constante percorre-me as veias, sinto que elas vão ficando cheias e me alimentam a alma!
Como se vive, se sobrevive, sem aquele click, aquela centelha, o impulso de caíres de cabeça sem pensares se te vai doer ou não? Como te moves se simplesmente não sentes nada! Que química é essa que não te mata, mas que contagia com tanta força que mesmo preso fisicamente vagueias por todo o espaço e tempo e ás vezes encontras-te comigo...e eu...ás vezes...sinto que é quase sempre!
quinta-feira, 12 de janeiro de 2017
Nos meus sonhos...
Num mundo perfeito, coberto de chocolate preto
muitos ovos moles e creme de pasteleiro,
teríamos todos a mesma linha de pensamento,
nadávamos nus e o frio só durava um momento.
Neste mundo de utopia, tudo era giro
não havia brigas, fome e não se ouviria um tiro.
deita fora o pré-concebido, o barulho e o resto
tudo é lindo, deita fora a ideia do «eu não presto».
O mundo é enorme, é longe e perto
vagueia e erra por onde passares
não vejas nada como certo
e conta com um ombro onde te encostares.
Se o vento é teu amigo, o resto também o é
canta o que quiseres comigo
e voa livre como um pássaro, voa
e procura o teu porto de abrigo.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2016
Aparece!
A cada dia percebes que o dia de ontem já não é importante, no entanto prevalece nos teus pensamentos diários como um guia espiritual como uma lista de compras em que se vai riscando o que já se adquiriu. As coisas más escapam-se por entre os dedos, amanhã já não te lembras, e cada vez mais o dia a seguir, limpa o de ontem, é sempre assim, mas agora acentua-se! Desejavas que 85% do mundo agisse exatamente de acordo com o que sente, e não de acordo com o estipulado por cada sociedade...pelo menos assim terias mais gente para chamar de amiga, parece obsceno pensar que só 15% da população mundial agisse dentro do protocolo...sonhos...
Porque é que nada te choca, porque é que nada é tabu, nada é monstruoso ou assustador...mas depois tudo isso é devastador quando estás sozinho! ou será ao contrário? despe-te, sim despe-te de toda e qualquer ideia pré-concebida, dos rótulos, dos preconceitos, dos estereótipos, isola-te do massivo ataque da informação das conjeturas das educações...e aí talvez te vejas exatamente como és, o que sentes transformasse no que queres e desejas e ages em conformidade e és tu e só sendo tu poderás SER HUMANO, ser transparente e integro como um dia te venderam que serias com toda a formação que levaste ao longo da tua parca vida.
APARECE, E VIVE DE VERDADE!
sexta-feira, 6 de maio de 2016
Doce
Haaa a vida, a vida vemo-la através da nossa própria alma,
da nossa própria essência! Quanto mais tranquilos, mais puros e genuínos
estamos, melhor a vida nos sabe…portanto leva-me a crer que a vida começa de
dentro para fora, que só nos sabe bem, se bem estivermos connosco. E foi a
pensar nisto que resolvi exteriorizar alguns pensamentos.
Quando sofremos uma deceção, uma quebra, uma desilusão ou
contrariedade, temos tendência a fechar-nos e a carpir, às vezes durante
demasiado tempo, tanto tempo ao ponto de nos habituarmos a andar amargurados,
magoados, doridos…e de fazer desse desalento um estilo de vida…
E que tal carpirmos um dia, dois no máximo e depois
substituir essa tristeza por algo que adoramos fazer, por algo que nos ocupe a
mente e nos distraia do «problema» até o erradicar por completo? Todos temos um
rebuçado recheado de néctar dos Deuses que adoramos e que guardamos para um dia
especial. O meu rebuçado está recheado de boas conversas, de estímulos visuais,
de partilha de experiências, de interacção com alguém que ainda não conheço,
alguém que ao desembrulhar o seu invólucro, liberta um aroma que se assimila
aos poucos, com uma cor única e um recheio por desvendar…È esse rebuçado, esse
doce que irá entreter a minha mente e a fará fervilhar de ilusões, de
encantamentos e paixões!
E quando o doce, o tal rebuçado se esgota, se consome?
Se gostaste tanto dele ao ponto de te fazer querer comer
outro igualzinho…então é sinal que já não precisas de rebuçados, é indício que
o teu espírito, a tua alma ficaram embrenhados no prazenteiro e que a paixão te
assaltou e que começaste a viver novamente de dentro para fora.
Se pelo contrário o doce chegou ao fim e não te satisfez,
não te deu nada, e não sentiste vontade de devorar outro semelhante…humm…e que
tal procurares no saco dos doces, outro para desembrulhares? ! um diferente, de
outra cor, outro sabor…vai tentando, tenta até ficares repleto de sabor e
magia, impregnado de conhecimento absorvido e de ideias diferentes das tuas….tenta
vários até o vento te levar a outra dimensão, a outro mundo, o mundo das
emoções e descobertas!
Ainda te lembras do real motivo que te levou a carpir, a
sofrer?
Eu sabia que não ;-)
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016
O BAR
O BAR
…O som entrava no corpo e consumia a mente, sem querer
aquele taberneiro tinha feito a escolha mais acertada da vida dele! E nós o
admirávamos por isso…o ambiente deserto fez disparar a química abrupta que nos
envolvia…e aos poucos senti o teu corpo contra o meu…pleno, firme, numa dança
continua e sem mundo, sem chão, só nós!
A luz sombria que nos envolvia convidava á volúpia, ao
acaso, ao eterno! Aquela guitarra ecoava no mais íntimo de nós…e como nos
prendia!
Sentamo-nos novamente, o barista serve-nos mais uma bebida,
entram mais pessoas e a sala enche-se de vozes, de murmúrios, mas eu só te ouço
a ti. A música dissipa-se no ar e a tua voz envolvente mata-me aos poucos,
deixando-me completamente a latejar e sem forças…sinto que nem o mais forte dos
terramotos desviaria a minha atenção de ti…
Tu não querias ir já para casa e eu não tinha casa para ir,
a envolvência do teu olhar era mais que isso, mais que qualquer casa, que
qualquer teto, e aquele bar era
perfeito..humm…se era!
O vento lá fora sussurra palavras de traição, emana vícios,
limpa rastos….mas nós não queremos ir, nós não somos os outros, nós não somos
nós, somos o tu no eu , somos o que queremos, quando queremos sê-lo…mas o vento
teima em nos levar…sinto a tua mão a puxar-me forte contra ti, a tua boca no
meu pescoço e as tuas mãos firmes na minha cintura, levam-me novamente para
fora da alma, para uma dimensão nunca antes alcançada…e eu rendo-me, e tu
invades-me, aos poucos, lentamente…
Mas…não estamos sozinhos, temos as almas do passado junto a
nós…temos os nossos deuses sempre presentes, enquanto dançamos, enquanto nos
cruzamos, a cada toque a cada afago, eles estão lá…cada pedaço deles está em
ti, está em mim…e os procuras, tu sabes que sim, e eles se manifestam…mas essa
busca incessante te lança na espada e mais uma vez te vergas a ela, e ela te
subjuga! A música não pára, e o dia nasce…o espirito prevalece e nós também…nós
vamos embora, mas a nossa música ficará para todo o sempre!
O espirito é eterno e permanece, sempre…naquele BAR!
a matéria não me
sustenta!
Da tua Janela...
Da tua janela eu me revejo, me reinvento
da tua janela vejo um mar só meu
Não fora esse parapeito, esse intento
desapareceria no que se prometeu.
Promessas eternas de mel cobertas
perdia-me aqui e no sal ficava
para vê-las um dia descobertas
pelo sol e o perfume que emanava!
Se um dia por aqui passares,
leva a minha alma contigo
alegre no monte e a cantares
jura-me que te assomas ao postigo!
Ficaria para sempre aqui
de mistérios estaria rodeada
e quando procurasses por mim
de poções estaria encantada!
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
O Bolero do coronel sensível que fez amor em Monsanto
2 versões a inicial do Vitorino e a que se segue dos A Naífa
Eu que me comovo
Por tudo e por nada
Deixei-te parada
Na berma da estrada
Usei o teu corpo
Paguei o teu preço
Esqueci o teu nome
Limpei-me com o lenço
Olhei-te a cintura
De pé no alcatrão
Levantei-te as saias
Deitei-te no banco
Num bosque de faias
De mala na mão
Nem sequer falaste
Nem sequer beijaste
Nem sequer gemeste,
Mordeste, abraçaste
Quinhentos escudos
Foi o que disseste
Tinhas quinze anos
Dezasseis, dezassete
Cheiravas a mato
À sopa dos pobres
A infância sem quarto
A suor, a chiclete
Saíste do carro
Alisando a blusa
Espiei da janela
Rosto de aguarela
Coxa em semifusa
Soltei o travão
Voltei para casa
De chaves na mão
Sobrancelha em asa
Disse: fiz serão
Ao filho e à mulher
Repeti a fruta
Acabei a ceia
Larguei o talher
Estendi-me na cama
De ouvido à escuta
E perna cruzada
Que de olhos em chama
Só tinha na ideia
Teu corpo parado
Na berma da estrada
Eu que me comovo
Por tudo e por nada
António Lobo Antunes (Escritor e Poeta português, 1942 )
ao que zenite responderia:
sim, quinze anos tinha
no seu corpo em brasa
a tal senhorinha
que não tinha casa.
tinha tranças d’oiro
e a pele alvacenta
tu foste o primeiro
a arrastar-lhe a asa
naquele janeiro
dos anos setenta.
ela pai não teve
sequer tinha mãe
não tinha sapatos
não tinha vestidos
não tinha ninguém
só dias sofridos.
não havia lua
não havia estrelas
e não tinha abrigo,
a casa era a rua
da pobre donzela
que não tinha amigos.
o seu corpo grácil
de pele de alabastro
jamais resvalado
não tinha cadastro
mas foi presa fácil
dum lobo esfaimado.
se um dia voltares
à estrada velha
no negrume agreste,
detém-te e descobre-te,
acende uma vela:
verás numa faia
- ou “feral cipreste”? -
a seta-coração
bem como a mensagem
que a bela catraia
em aflito pranto
no tronco entalhou
nessa noite túmulo
do seu corpo espanto.
verás, para cúmulo,
que foste o primeiro
e também o último
a dar-lhe dinheiro.
sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
Night «train» to Unknown...
...Era para Lisboa, mas podia ser para qualquer outro lugar do mundo, do universo, para qualquer outra dimensão se acreditarmos nela.
«Night Train to Lisbon», retrata um individuo, de meia idade, que sempre viveu uma vidinha medíocre, sempre se moveu na sua rotina diária de ser humano igual a tantos outros! os dados estavam lançados, o vislumbre de uma mulher a tentar se suicidar na ponte, fez despoletar toda uma panóplia de acontecimentos e de questões na sua cabeça, sim, uma mulher...no entanto poderia ter sido qualquer outra coisa, uma pedra, um gato, um acidente...qualquer coisa!
Este filme, transporta-nos para uma questão pertinente: «-e se eu hoje não for por ali?!»
Todos os dias nos deparamos com um sem número de imagens, de alternativas, de possibilidades...mas a todas fechamos a mente...a todas dissemos NÃO! e, se um dia, sem olharmos para trás, entrarmos num «comboio», será que ao regressarmos, se é que regressaríamos, desse «comboio», a nossa vidinha continuaria a mesma??
Ao abrirmos o nosso horizonte, as nossas pálas laterais, jamais em momento algum, conseguiremos novamente fecha-las, e é ai que reside a complexidade assombrosa desta máquina que é o cérebro humano! portanto, recomendo este filme, não pela bela Lisboa, não pelo magnífico Jeremy Irons, muito menos pelo retrato de um Portugal que existia e que era muito mais unido, apesar da ditadura! Recomendo-o sim, pelas lacunas que vos surgirão na mente e pelo vácuo em que ficarão quando a película terminar!
Made in livro da insanidade, by Metamorfo
«Night Train to Lisbon», retrata um individuo, de meia idade, que sempre viveu uma vidinha medíocre, sempre se moveu na sua rotina diária de ser humano igual a tantos outros! os dados estavam lançados, o vislumbre de uma mulher a tentar se suicidar na ponte, fez despoletar toda uma panóplia de acontecimentos e de questões na sua cabeça, sim, uma mulher...no entanto poderia ter sido qualquer outra coisa, uma pedra, um gato, um acidente...qualquer coisa!
Este filme, transporta-nos para uma questão pertinente: «-e se eu hoje não for por ali?!»
Todos os dias nos deparamos com um sem número de imagens, de alternativas, de possibilidades...mas a todas fechamos a mente...a todas dissemos NÃO! e, se um dia, sem olharmos para trás, entrarmos num «comboio», será que ao regressarmos, se é que regressaríamos, desse «comboio», a nossa vidinha continuaria a mesma??
Ao abrirmos o nosso horizonte, as nossas pálas laterais, jamais em momento algum, conseguiremos novamente fecha-las, e é ai que reside a complexidade assombrosa desta máquina que é o cérebro humano! portanto, recomendo este filme, não pela bela Lisboa, não pelo magnífico Jeremy Irons, muito menos pelo retrato de um Portugal que existia e que era muito mais unido, apesar da ditadura! Recomendo-o sim, pelas lacunas que vos surgirão na mente e pelo vácuo em que ficarão quando a película terminar!
Made in livro da insanidade, by Metamorfo
quarta-feira, 4 de abril de 2012
estes versos meus!
O ilusionista...um filme, uma história, 2 corações...uma realidade, um sentimento, uma só paixão...a paixão das palavras, a paixão do que não se vê, a magia do sincero, da cumplicidade!!
♥- o conhecimento inevitável, o encantamento do desconhecido, a sedução do irreal, do não palpável, levava-te ao extremo da loucura...
O Conhecimento profundo nunca te atraiu
a paixão pelo desconhecido, dava-te pica.
traçaste uma ténue linha que aos poucos te fugiu,
eco, eco...não vás!! espera, por favor fica!
Lânguido nos passos, suave na expressão,
onde está o meu esquivo amor...
quem me afaga o tremulo coração,
quem abafa esta estranha e duvidosa dor?
♥- a Surpresa do ocasional, o desejo do impossível
toda a envolvente do mistério poderoso da química que
te envolve, e toda a brisa que emanas ao olha-la...assim...
sedutor, como só tu sabes ser!
profana-te o cérebro, engana-te a mente...
poderá alguém ser assim...simples, despida,
conversas contigo próprio, desmesuradamente
proíbes-te dela, enganas-te...pobre vida!
lanças-te no infinito, numa busca errante
procuras o desafio, a loucura a chama acesa.
a sedução grita por ti, como uma estrela brilhante...
Oh! cavaleiro mágico, protege a tua princesa!
♥in livro da insanidade by Metamorfo
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quinta-feira, 30 de junho de 2011
Repo Man
Repo Men - para mim um filme peculiar e com uma história de amor incrível!!
a brasileira Alice Braga está com um desempenho fenomenal, mesmo ao meu jeito!
simples e profunda, sem nunca perder o seu ar sensual e brutalmente envolvente! em Jude Law sente-se a dualidade de sentimentos e o seu lado protetor exacerbado não me deixa indiferente! para mim um dos melhor papeis que já encarnou.
Em português «o Colector» não vou me debruçar de todo sobre o conteúdo do filme e muito menos entrar em pormenores, simplesmente cingir-me-ei ao que sinto quando penso nele..até porque este género de enredo ou se gosta ou se detesta!!
o verdadeiro conceito do amor, a verdadeira essência da amizade 2 homens, 1 mulher, um destino..acho que está lá tudo independentemente do desenvolvimento do filme, do realismo da estrutura ou da crítica enfadonha de alguns blogueiros!!
o sentimento, o lado verdadeiro sobressai, distingue-se dos demais contos de encantar sobre o amor e a amizade, é um amor e uma amizade levada ao extremo, que ultrapassa tudo, até a mais louca dor, sim dor, dor física, a dor estridente do corpo.
não me interessa a crítica e não me interessa que não entende que quando se ama, ama que quando se gosta, gosta mesmo, gostar sem reservas, sem tabus sem medo de consequências sem medo de arriscar, apesar dos defeitos do próximo, apesar dos apesares dos maus cheiros das insanidades mentais de cada um...gostar de um amigo ou de um companheiro de vida a dois é a mesma coisa teoricamente falando ou se gosta ou se não gosta e quando gostamos, gostamos mesmo...sem sombra para dúvidas ou entraves!! por isso quem é fanático por aquele gostar sem oposições...recomendo vivamente esta película!! http://www.imdb.com/title/tt1053424/
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Richard Bach
COmo sei que por mais link's que poste voçes nem vão abri-los, aki vai a tranferencia do poema do Richard:
RICHARD BACH
NÃO HÁ LONGE NEM DISTÂNCIA
«Rae! Muito obrigado pelo convite para a tua festa de anos!
A tua casa fica a milhares de quilómetros da minha, só faço uma viagem por uma boa razão...
e não pode haver melhor que uma festa em honra de Rae. Estou ansioso por estar contigo.
Iniciei a minha viagem no coração do Beija-Flor que tu e eu conhecemos há muito.
Foi simpático como sempre, mas no entanto, quando lhe disse que a pequena Rae estava a crescer e que ia ao seu aniversário e lhe levava um presente, ele ficou confuso.
Voámos juntos em silêncio durante um bom bocado e por fim observou:
«Não compreendo quase nada do que dizes, mas sobretudo não percebo porque dizes que vais à festa.»
«É claro que vou à festa!» disse eu. «qual é a dificuldade de perceber isso?»
Ficou calado; quando chegámos a casa do Mocho disse:
«Poderão os quilómetros separar-nos dos nossos amigos?
Se queres estar junto de Rae não estarás já lá?»
«A pequena Rae está a crescer; vou ao aniversário dela e levo-lhe um presente», disse eu ao Mocho.
Era estranho dizer vou, depois da conversa com o Beija-Flor, mas mesmo assim disse-o, para que o Mocho pudesse compreender. Também ele voou em silêncio durante um bocado. Foi um silêncio amigável. Quando me pousou são e salvo em casa da Águia, disse:
«Não percebo nada do que dizes, mas sobretudo não percebo porque chamas pequena à tua amiga.»
«É evidente que é pequena», disse eu. «Ainda não cresceu. Que dificuldade há em perceber isso?» O Mocho mergulhou em mim o seu profundo olhar de âmbar, sorriu e disse: «Medita sobre isso.»
«A pequena Rae está a crescer; vou ao aniversário dela e levo-lhe um presente», disse eu à Águia. Agora era estranho dizer vou e pequena, depois das conversas com o Beija-Flor e com o Mocho, mas mesmo assim disse-o para que a Águia compreendesse.
Juntos voamos sobre as montanhas e planámos ao sabor dos ventos das altitudes. Por fim, ela disse: «Não compreendo quase nada do que dizes, mas sobretudo não percebo essa palavra, aniversário.»
«Aniversário, claro», disse eu. «Vamos celebrar a hora em que Rae nasceu e antes da qual ela ainda não existia. Que dificuldade há em perceber isso?»
A Águia colocou as suas asas na posição de voo de mergulho e fez uma aterragem suave na reia do deserto. «Uma época anterior à vida de Rae? Não te parece que a vida de Rae começou antes de o tempo existir?»
«A pequena Rae está a crescer; vou ao aniversário dela e levo-lhe um presente», disse eu ao Falcão. Parecia-me estranho dizer vou, pequena e aniversário, depois da conversa com o Beija-Flor, o Mocho e a Águia, mas disse-o mesmo assim, para que Falcão compreendesse.
Lá em baixo o deserto deslizava distante; por fim ele disse:
«Sabes, não compreendo nada do que dizes, mas sobretudo não percebo o que queres dizer com crescer.»
«Crescer, claro», disse eu. «Rae é quase adulta, afastou-se mais um ano da infância. Que dificuldade há em perceber isso?»
Finalmente o Falcão aterrou numa praia solitária. «Afastou-se mais um ano da infância? Não me parece que isso seja crescer!» Elevou-se no ar e partiu.
Sabia que a gaivota era muito sensata. Quando voava com ela pensei muito e escolhi as palavras, para que quando as pronunciasse ela percebesse que eu tinha aprendido alguma coisa. «Gaivota», disse eu por fim, «porque me levas a ver Rae, se sabes que na realidade já me encontro junto dela?»
A Gaivota curvou sobre o mar, sobre os montes, sobre as ruas e pousou delicadamente no cimo do teu telhado. «Porque o mais importante», disse, «é que tu conheças essa verdade. Até te aperceberes dela, até a compreenderes inteiramente, apenas a podes demonstrar com coisas pequenas e com ajuda exterior de máquina, pessoas e pássaros. Mas lembra-te», continuou ela: «o facto de não ser reconhecida, não faz com que a verdade deixe de ser verdadeira.» E partiu.
Agora é altura de abrires o teu presente. Prendas de metal e vidro gastam-se num dia e desaparecem. Tenho uma melhor para ti.
É um anel que tu podes usar. Cintila com uma luz especial e ninguém o pode roubar; não pode ser destruído. És a única pessoa do mundo que pode ver o anel que te dou hoje, tal como eu era o único que o podia ver, quando era meu.
O teu anel dá-te um novo poder. Quando o usares, podes subir nas asas de todos os pássaros que voam - podes ver pelos seus olhos dourados, acariciar o vento que sopra através das suas penas de veludo, conhecer a alegria de te elevares sobre o mundo e as suas preocupações. Podes ficar no céu todo o tempo que quiseres, tanto durante a noite como durante a alvorada; quando quiseres voltar cá a baixo, as tuas perguntas terão resposta e as tuas preocupações terão desaparecido.
Como tudo o que não pode ser tocado pela mão, nem pode ser visto pelos olhos, o teu presente tornar-se-á mais poderoso à medida que o fores usando. A princípio só conseguirás utilizá-lo quando estiveres ao ar livre e vires o pássaro com quem voas. Mais tarde, se o usares bem, funcionará mesmo com pássaros que não consigas ver e finalmente descobrirás que não tens necessidade do anel nem do pássaro para os teus voos solitários sobre o silêncio das nuvens. Quando esse dia chegar, deves dar a tua prenda a alguém que a use bem e que compreenda que as únicas coisas que contam são as coisas feitas de verdade e de alegria e não as de metal e de vidro.
Rae, este é o último dia especial, de festa, que passarei contigo, depois de ter aprendido tudo isto com os nossos amigos, os pássaros. Não posso partir para estar contigo, porque já aí estou. Não és pequena, porque já cresceste, brincando em cada uma das tuas vidas, pelo prazer de viver, como todos nós.
Não tens aniversário porque sempre viveste; nunca nasceste e nunca morrerás, não és filha daqueles a quem chamas mãe e pai, és o seu companheiro de aventuras na maravilhosa viagem de descoberta de tudo o que existe.
Cada prenda de um amigo é uma esperança na tua felicidade; assim é este anel.
Voa, livre e feliz, para além de aniversários, através da eternidade e encontrar-nos-emos de vez em quando, sempre que quisermos, no meio da única festa que nunca poderá terminar.»
RICHARD BACH
NÃO HÁ LONGE NEM DISTÂNCIA
«Rae! Muito obrigado pelo convite para a tua festa de anos!
A tua casa fica a milhares de quilómetros da minha, só faço uma viagem por uma boa razão...
e não pode haver melhor que uma festa em honra de Rae. Estou ansioso por estar contigo.
Iniciei a minha viagem no coração do Beija-Flor que tu e eu conhecemos há muito.
Foi simpático como sempre, mas no entanto, quando lhe disse que a pequena Rae estava a crescer e que ia ao seu aniversário e lhe levava um presente, ele ficou confuso.
Voámos juntos em silêncio durante um bom bocado e por fim observou:
«Não compreendo quase nada do que dizes, mas sobretudo não percebo porque dizes que vais à festa.»
«É claro que vou à festa!» disse eu. «qual é a dificuldade de perceber isso?»
Ficou calado; quando chegámos a casa do Mocho disse:
«Poderão os quilómetros separar-nos dos nossos amigos?
Se queres estar junto de Rae não estarás já lá?»
«A pequena Rae está a crescer; vou ao aniversário dela e levo-lhe um presente», disse eu ao Mocho.
Era estranho dizer vou, depois da conversa com o Beija-Flor, mas mesmo assim disse-o, para que o Mocho pudesse compreender. Também ele voou em silêncio durante um bocado. Foi um silêncio amigável. Quando me pousou são e salvo em casa da Águia, disse:
«Não percebo nada do que dizes, mas sobretudo não percebo porque chamas pequena à tua amiga.»
«É evidente que é pequena», disse eu. «Ainda não cresceu. Que dificuldade há em perceber isso?» O Mocho mergulhou em mim o seu profundo olhar de âmbar, sorriu e disse: «Medita sobre isso.»
«A pequena Rae está a crescer; vou ao aniversário dela e levo-lhe um presente», disse eu à Águia. Agora era estranho dizer vou e pequena, depois das conversas com o Beija-Flor e com o Mocho, mas mesmo assim disse-o para que a Águia compreendesse.
Juntos voamos sobre as montanhas e planámos ao sabor dos ventos das altitudes. Por fim, ela disse: «Não compreendo quase nada do que dizes, mas sobretudo não percebo essa palavra, aniversário.»
«Aniversário, claro», disse eu. «Vamos celebrar a hora em que Rae nasceu e antes da qual ela ainda não existia. Que dificuldade há em perceber isso?»
A Águia colocou as suas asas na posição de voo de mergulho e fez uma aterragem suave na reia do deserto. «Uma época anterior à vida de Rae? Não te parece que a vida de Rae começou antes de o tempo existir?»
«A pequena Rae está a crescer; vou ao aniversário dela e levo-lhe um presente», disse eu ao Falcão. Parecia-me estranho dizer vou, pequena e aniversário, depois da conversa com o Beija-Flor, o Mocho e a Águia, mas disse-o mesmo assim, para que Falcão compreendesse.
Lá em baixo o deserto deslizava distante; por fim ele disse:
«Sabes, não compreendo nada do que dizes, mas sobretudo não percebo o que queres dizer com crescer.»
«Crescer, claro», disse eu. «Rae é quase adulta, afastou-se mais um ano da infância. Que dificuldade há em perceber isso?»
Finalmente o Falcão aterrou numa praia solitária. «Afastou-se mais um ano da infância? Não me parece que isso seja crescer!» Elevou-se no ar e partiu.
Sabia que a gaivota era muito sensata. Quando voava com ela pensei muito e escolhi as palavras, para que quando as pronunciasse ela percebesse que eu tinha aprendido alguma coisa. «Gaivota», disse eu por fim, «porque me levas a ver Rae, se sabes que na realidade já me encontro junto dela?»
A Gaivota curvou sobre o mar, sobre os montes, sobre as ruas e pousou delicadamente no cimo do teu telhado. «Porque o mais importante», disse, «é que tu conheças essa verdade. Até te aperceberes dela, até a compreenderes inteiramente, apenas a podes demonstrar com coisas pequenas e com ajuda exterior de máquina, pessoas e pássaros. Mas lembra-te», continuou ela: «o facto de não ser reconhecida, não faz com que a verdade deixe de ser verdadeira.» E partiu.
Agora é altura de abrires o teu presente. Prendas de metal e vidro gastam-se num dia e desaparecem. Tenho uma melhor para ti.
É um anel que tu podes usar. Cintila com uma luz especial e ninguém o pode roubar; não pode ser destruído. És a única pessoa do mundo que pode ver o anel que te dou hoje, tal como eu era o único que o podia ver, quando era meu.
O teu anel dá-te um novo poder. Quando o usares, podes subir nas asas de todos os pássaros que voam - podes ver pelos seus olhos dourados, acariciar o vento que sopra através das suas penas de veludo, conhecer a alegria de te elevares sobre o mundo e as suas preocupações. Podes ficar no céu todo o tempo que quiseres, tanto durante a noite como durante a alvorada; quando quiseres voltar cá a baixo, as tuas perguntas terão resposta e as tuas preocupações terão desaparecido.
Como tudo o que não pode ser tocado pela mão, nem pode ser visto pelos olhos, o teu presente tornar-se-á mais poderoso à medida que o fores usando. A princípio só conseguirás utilizá-lo quando estiveres ao ar livre e vires o pássaro com quem voas. Mais tarde, se o usares bem, funcionará mesmo com pássaros que não consigas ver e finalmente descobrirás que não tens necessidade do anel nem do pássaro para os teus voos solitários sobre o silêncio das nuvens. Quando esse dia chegar, deves dar a tua prenda a alguém que a use bem e que compreenda que as únicas coisas que contam são as coisas feitas de verdade e de alegria e não as de metal e de vidro.
Rae, este é o último dia especial, de festa, que passarei contigo, depois de ter aprendido tudo isto com os nossos amigos, os pássaros. Não posso partir para estar contigo, porque já aí estou. Não és pequena, porque já cresceste, brincando em cada uma das tuas vidas, pelo prazer de viver, como todos nós.
Não tens aniversário porque sempre viveste; nunca nasceste e nunca morrerás, não és filha daqueles a quem chamas mãe e pai, és o seu companheiro de aventuras na maravilhosa viagem de descoberta de tudo o que existe.
Cada prenda de um amigo é uma esperança na tua felicidade; assim é este anel.
Voa, livre e feliz, para além de aniversários, através da eternidade e encontrar-nos-emos de vez em quando, sempre que quisermos, no meio da única festa que nunca poderá terminar.»
António Aleixo
Uma vez que é pouco divulgado e eu gosto bastante, achei que também irias gostar, ora lê :
Vós que lá do vosso Império
prometeis um mundo novo,
calai-vos, que pode o povo
qu'rer um Mundo novo a sério.
Que importa perder a vida
em luta contra a traição,
se a Razão mesmo vencida,
não deixa de ser Razão
Uma mosca sem valor
Poisa c'o a mesma alegria
na careca de um doutor
como em qualquer porcaria.
qualquer coisa de verdade.
P'ra mentira ser segura
e atingir profundidade
tem de trazer à mistura
São parvos, não rias deles,
deixa-os ser, que não são sós:
Às vezes rimos daqueles,
que valem mais do que nós.
Julgando um dever cumprir,
Sem descer no meu critério,
Digo verdades a rir
Aos que me mentem a sério!
Há luta por mil doutrinas.
Se querem que o mundo ande,
Façam das mil pequeninas
Uma só doutrina grande.
Sei que pareço um ladrão...
mas há muitos que eu conheço
que, sem parecer o que são,
são aquilo que eu pareço.
Sem que discurso eu pedisse,
ele falou, e eu escutei.
Gostei do que ele não disse;
do que disse não gostei.
Morre o rico, dobram sinos;
Morre o pobre, não há dobres...
Que Deus é esse dos padres,
Que não faz caso dos pobres?
O mundo só pode ser
melhor do que até aqui,
quando consigas fazer
mais p'los outros que por tí!
Veste bem, já reparaste?
mas ele próprio ignora
que, por dentro, é um contraste
com o que mostra por fora.
Eu não sei porque razão
certos homens, a meu ver,
quanto mais pequenos são
maiores querem parecer.
Nas quadras que a gente vê,
quase sempre o mais bonito
está guardado pr'a quem lê
o que lá não está escrito.
Vemos gente bem vestida,
No aspecto desassombrada;
São tudo ilusões da vida,
Tudo é miséria dourada.
Os novos que se envaidecem
Pelo muito que querem ser
São frutos bons que apodrecem
Mal começam a nascer.
Para triunfar depressa
cala contigo o que vejas
Finge que não te interessa
aquilo que mais desejas.
Os que bons conselhos dão
ás vezes fazem-me rir
por ver que eles mesmos, são
incapazes de os seguir.
Vós que lá do vosso Império
prometeis um mundo novo,
calai-vos, que pode o povo
qu'rer um Mundo novo a sério.
Que importa perder a vida
em luta contra a traição,
se a Razão mesmo vencida,
não deixa de ser Razão
Uma mosca sem valor
Poisa c'o a mesma alegria
na careca de um doutor
como em qualquer porcaria.
qualquer coisa de verdade.
P'ra mentira ser segura
e atingir profundidade
tem de trazer à mistura
São parvos, não rias deles,
deixa-os ser, que não são sós:
Às vezes rimos daqueles,
que valem mais do que nós.
Julgando um dever cumprir,
Sem descer no meu critério,
Digo verdades a rir
Aos que me mentem a sério!
Há luta por mil doutrinas.
Se querem que o mundo ande,
Façam das mil pequeninas
Uma só doutrina grande.
Sei que pareço um ladrão...
mas há muitos que eu conheço
que, sem parecer o que são,
são aquilo que eu pareço.
Sem que discurso eu pedisse,
ele falou, e eu escutei.
Gostei do que ele não disse;
do que disse não gostei.
Morre o rico, dobram sinos;
Morre o pobre, não há dobres...
Que Deus é esse dos padres,
Que não faz caso dos pobres?
O mundo só pode ser
melhor do que até aqui,
quando consigas fazer
mais p'los outros que por tí!
Veste bem, já reparaste?
mas ele próprio ignora
que, por dentro, é um contraste
com o que mostra por fora.
Eu não sei porque razão
certos homens, a meu ver,
quanto mais pequenos são
maiores querem parecer.
Nas quadras que a gente vê,
quase sempre o mais bonito
está guardado pr'a quem lê
o que lá não está escrito.
Vemos gente bem vestida,
No aspecto desassombrada;
São tudo ilusões da vida,
Tudo é miséria dourada.
Os novos que se envaidecem
Pelo muito que querem ser
São frutos bons que apodrecem
Mal começam a nascer.
Para triunfar depressa
cala contigo o que vejas
Finge que não te interessa
aquilo que mais desejas.
Os que bons conselhos dão
ás vezes fazem-me rir
por ver que eles mesmos, são
incapazes de os seguir.
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Dis-me a verdade mendigo!!!
diz-me a verdade
porque andas a pedir?
diz-me a verdade,
porque nos deixas ir?
diz-me a verdade mendigo...
porque pedes nestas ruas?
porque não tens amigo?
porque nos chamas tuas?
a vida passa por ti, mendigo...
ninguém pára no teu abrigo,
porque pedes sem cessar?
porque te dás a esse castigo?
eu te contarei, se por mim passares...
um destes dias quando te deitares e esperares por mim
mendigo...em mim não pensarás, só em ti,
é em ti que pensas, quando me abordares.
mendigo sou eu!! mas tu é que pedes atenção
tu é que sofres com a solidão do tempo
aborda-me com sinceridade
aborda-me por mim e não por ti
E ai...ai sim, mendigo só nesse momento
eu te contarei a verdade!
e agora passo eu pelas ruas do cais do Sodré
meu nome é mendigo, mas meu nome também é José!
in livro da insanidade by metamorfo
porque andas a pedir?
diz-me a verdade,
porque nos deixas ir?
diz-me a verdade mendigo...
porque pedes nestas ruas?
porque não tens amigo?
porque nos chamas tuas?
a vida passa por ti, mendigo...
ninguém pára no teu abrigo,
porque pedes sem cessar?
porque te dás a esse castigo?
eu te contarei, se por mim passares...
um destes dias quando te deitares e esperares por mim
mendigo...em mim não pensarás, só em ti,
é em ti que pensas, quando me abordares.
mendigo sou eu!! mas tu é que pedes atenção
tu é que sofres com a solidão do tempo
aborda-me com sinceridade
aborda-me por mim e não por ti
E ai...ai sim, mendigo só nesse momento
eu te contarei a verdade!
e agora passo eu pelas ruas do cais do Sodré
meu nome é mendigo, mas meu nome também é José!
in livro da insanidade by metamorfo
Rir quem nem um oco
http://sobpressaonaoconsigo.blogspot.com/
acabei de o fazer e não consegui parar antes do patrão chegar....obrigada Juvenal!!
grrrr
segunda-feira, 29 de março de 2010
Oko amigo
Oko amigo, concelheiro capaz
nesta selva estarei contigo
deixas-te tudo para atrás
salvar-te-ei do iminente perigo...
porque insisto em contigo privar?
porque insistes nas histórias
que disses que tens para me contar?
leva para longe todas as tuas memorias...
oko chato que insistes...
vai-te embora não voltes mais
porque será que resistes?
porque te levantas sempre que cais?
oko de há muito tempo atrás
que caminha comigo e tudo tem...
são tempos de um tempo que me apraz
não serei eu oko também?!
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